quarta-feira, 10 de junho de 2015

Coleção de Desamores.

Perto de uma velha cidade, num velho e maldito pedaço de terra, um casal resolveu ir para ter alguma intimidade. Eles poderiam ir para casa e fazer isso. Eles poderiam ir para um motel e fazer isso. Eles queriam adrenalina de fazer isso fora das quatro paredes.
            Beatriz era um pouco tímida, mas tinha um ar feroz, e quando estimulada respondia de forma intensa e compensadora. Já Eduardo era um homem aparentemente comum, mas dizem que aparências enganam, e, neste caso, como enganam.
            A estrada de terra que passava perpendicularmente à rodovia era estreita e muito escura, e apenas a lua e as estrelas iluminavam o lugar. Era perfeito para aquela noite, pois não ventava e o clima era agradável. Tudo ótimo para que não realizassem tal ato dentro do pequeno e desconfortável carro de Eduardo.
            Beatriz estava um pouco insegura, mas quando Eduardo virou-a e beijou-a com agressividade ela começou a se entregar e em poucos instantes nem lembrava-se mais do desconforto causado pelo lugar estranho em que se encontravam.
            O ritmo envolvente que pairava entre os dois era surpreendentemente excitante. Suas mãos esfregavam-se em seus corpos de forma involuntária e suas roupas foram lançadas por cima do capô do carro. Algumas foram parar no chão. Beatriz estava extasiada, Eduardo sentia-se como um rei. Ele beijava o pescoço dela e ia descendo, arrancando o sutiã enquanto acariciava os seis delas, sem delicadeza, apenas ferocidade. Em alguns minutos eles estavam numa sintonia tão grande que nem perceberam o vento que começou a chegar por ali. Entre uma chupada e outra de Eduardo, Beatriz ficou sem roupa alguma, completamente entregue ao desejo sexual. Ela estava derretida, e ficou ainda mais quando ele começou a passar a língua por sua virilha, passeando por suas coxas, causando uma ansiedade que ela nunca havia sentido antes, até que ele finalmente chegou a seu clitóris e fez ela transbordar numa onda de prazer incalculável. Os movimentos rápidos dele faziam ela se contorcer, e algumas vezes ela segurava seus cabelos com suas frias mãos e em seguida arranhava os largos ombros que possuía. Ele continuou até que ela parecesse exausta, então subiu por seu corpo com leves beijos que destoavam de toda a ferocidade antes praticada. Ele passeou com a língua nas aureolas dos seios de Beatriz, a fim de mantê-la excitada, subiu pelo pescoço, parando quando alcançou a parte posterior de sua orelha. As mãos dela deslizavam pelas costas de Eduardo, e começaram a abrir suas calças. Ele estava completamente excitado, ereto, e Beatriz começou a chupá-lo de um modo que ele jamais esqueceria. Agora ele era a presa, e Beatriz a predadora que ele não imaginava encontrar. Ela chupava, passeava a língua pelo pau dele, até que ele a jogou em cima do capô do carro, virou-a de quatro e penetrou violentamente nela. Ela gemia alto. Ela gemia muito. Não era possível saber se gemia de dor ou de prazer. Ele fazia movimentos bruscos enquanto penetrava nela, segurando sua bunda com uma mãe e deflagrando tapas com a outra. Ela pode ter sentido dor no começo, mas agora só sentia prazer. Então Eduardo virou-a de frente, agora com movimentos mais suaves, porém não menos excitantes, puxou o corpo dela de modo que ficassem colados durante o ato sexual que ocorria, chupando o pescoço dela, alternando com sua orelha e lábios. Ela o mordia entre um movimento e outro, arranhava suas costas com suas longas unhas e o ouvia suspirar depois de cada arranhão. Ele não parava, era insaciável, e ela não queria que aquilo parasse. Não tão cedo.
            O forte vento passava por seus corpos, mas eles nem se importavam. Suas roupas pelo chão eram arrastadas, uma a uma, mas nada disso importava, só importava o prazer naquele momento. Eduardo mostrava para Beatriz que fazia o que queria com ela, e ela, por sua vez, mostrava que estava gostando disso.
            Beatriz alcançara o orgasmo mais de uma vez, e Eduardo acabara de alcança-lo também, então ele voltou a descer o corpo dela com sua língua quando ela reagiu bruscamente e deixou-o com as costas coladas no capô do carro. Agora ela era a predadora, novamente. Eduardo voltou a ficar excitado com esse jogo, e enquanto Beatriz reanimava seu pau, ele apenas relaxava observando seus lindos seios, balançando entre um movimento e outro que ela fazia. Ele mal teve tempo de descansar, seu pau já estava ereto e Beatriz subiu no capô e começou a nova transa. Ela subia e descia enquanto Eduardo segurava seus peitos. Ele ficou fascinado com os seios dela, pois não tivera reparado que eram tão perfeitos, com as aureolas rosadas. Ele ficou contemplando a beleza dela, já que agora ela fazia todo o serviço. Ela ferozmente subia e descia, e parecia estar sentindo ainda mais prazer do que antes. O prazer de abater uma presa. Os olhos dela brilhavam como fogo, intensos, enquanto ele acabara de fechar os olhos. Ela deu um tapa no rosto dele enquanto dizia “não pare de me olhar!”, e ele parecia ter se tornado uma criança na mão de uma profissional. Ela tinha sagacidade, arranhava o peitoral dele e subia e descia com perfeição. Eduardo gozou.
            Beatriz desceu do capô, e foi procurar suas roupas. Eduardo estava desnorteado, mal entendia pelo que foi atingido naquela hora. Ele começou a sentir o vento gelado batendo em seu corpo nu, então decidiu pegar suas roupas. Ela já estava quase vestida, e ele não conseguia parar de olhar para ela. Beatriz virou-se para ele e disse “você não vai se vestir? Eu tenho que ir embora”, então ele começou a procurar suas roupas, mas não achava sua camisa. As peças estavam espalhadas pela estrada, mas mesmo depois de procurar ele não conseguia encontrá-la. “Vamos embora”, disse Beatriz, “você deve ter outras camisas na sua casa”.
            Eles partiram dali, sem a camisa e sem dizerem uma palavra. Eduardo levou-a até a frente do bar onde se conheceram mais cedo. “Obrigada pela noite”, disse ela. “Você poderia me passar seu telefone? Eu gostaria de repetir a dose, um outro dia...”, disse ele. “Mantenhamos isso casual. A gente se vê”, disse ela, enquanto caminhava para longe do carro.
Eduardo foi para sua casa, sentindo que teve uma das melhores noites de sua vida, e talvez a melhor transa. Beatriz entrou em seu carro que estava no estacionamento do bar, abriu sua bolsa, retirou a camisa desaparecida de Eduardo.


Augusto Tontini Triana

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